domingo, 11 de julho de 2010

Capítulo VI – Angústia.

E se passaram mais dois dias sem falar com Júlia, eu acordava ligava o computador, e nada dela. Ia pra escola e lá tornava a pensar nela, nada me fazia esquecer, tudo aquilo que estava acontecendo. A saudade a cada momento que passava apertava mais, a preocupação aumentava já não agüentava mais. Decidi que quando chegasse em casa não iria exitar em ligar pra ela pra saber o que realmente tava acontecendo, já era demais pra mim já tava ficando louco. Cheguei em meus pais, e conversei contei o que tava acontecendo pois eles estavam preocupados comigo, eu tava todo triste não falava com ninguém só queria saber de computador e escola não tava me comunicando, eles estavam me achando estranho por que eu sempre falei mais que a boca. Contei tudo a eles, contei que Júlia tinha sumido e eu tava preocupado pois nem a Fernanda tinha conseguido falar com ela. Eles me aconselharam esperar mais um pouco e depois tentar ligar pra saber o que realmente tinha acontecido. Resolvi ligar pra Fernanda para tentar me distrair um pouco.

- Oi Fernanda, preciso conversar com alguém.
- Oi Pedro, o que acontece?

Respondeu educadamente.
- Ah, eu não consigo falar com a Júlia, ela só pode ta me evitando ter se arrependido de algo porque não há meio de ela me responder, de me mandar pelo menos um sms dizendo por que não ta entrando porque sumiu. To ficando triste demais cara, isso ta me machucando eu amo demais ela não queria ficar assim já no começo.
Fernanda me deu uns conselhos que me fizeram chorar, sai do computador e fui pro meu quarto. Peguei uma folha de caderno tava um pouco riscadinha e resolvi escrever algo pra expressar o que eu tava sentindo e todo meu sentimento por Júlia.
“(...) Era tudo tão distante, minha Júlia tava desaparecida não ta nem ao menos me mandando sms. A saudade a cada dia apertava mais e mais, já e tão difícil me controlar esse amor me consome. É puro, verdadeiro. Eu preciso dela pra viver, preciso dela pra continuar minha vida. Essa angústia cada vez mais aperta meu coração, o “não saber” o que está acontecendo acaba comigo, destrói tudo, faz-me pensar coisas que não deveria. As vezes sinto que fui rápido demais em pedi-la em namoro, mais eu não podia esperar mais, tinha que pedir pois não podia perder aquela chance. (...) Já sinto um vazio em mim, que só será preenchido quando ela aparecer.”
Já não tava agüentando mais, comecei a ouvir música no meu quarto, me deitei debaixo de uma coberta e fui logo chorar, pensar e pensar novamente. A minha vontade de ir ao quarto da minha mãe e pegar aquele telefone e ligar lá na casa dela era tanta... Mais eu não podia fazer isso, tinha prometido pra ela que não ligaria para evitar confusões com os familiares dela. Ao longo desse tempo que Júlia ficou desaparecida eu decidi que iria passar uns dias na casa de Fernanda, pra esfriar minha cabeça. Era feriado e o colégio emendou fiquei quinta, sexta, sábado e domingo na casa de Fernanda, e nada de Júlia me ligar, mandar torpedo. Conversamos muito durante todos esses dias, Fernanda me contou que Júlia era louca por uma cantora mexicana que fazia de tudo para um dia vê ela. Fique espantado, pois Júlia tinha falado obre tudo comigo, menos disso. Achei que ela estava escondendo algo de mim, já fiquei daquele jeito. Meu pai me ligou e disse que iria me buscar no domingo a noite, depois que voltasse da minha. Então disse a ele que eu iria sair com Fernanda no domingo de manhã e depois a noite estaria lá para ir pra casa.
É domingo, o dia está lindo o sol azul, acordei 8 hrs da manhã com o cachorrinho da vaca da Fernanda lambendo todo meu rosto, acordei rindo e fui logo pro banho, quando sai vi Fernanda sentada na mesa com a mãe dela rindo de mim. Fiquei sem entender o que estava havendo. Cheguei ao quarto de Fernanda pra pegar minha bolsa e trocar de roupa e adivinha o que eu vi aquele cachorrinho que me acordou lambendo dentro da minha bolsa, com a cabeçinha pra fora. Fui à cozinha e disse:
- Fernanda e Selma o que vocês fizeram, olha isso o que esse cachorro ta fazendo na minha bolsa.
Fernanda tava rindo muito e disse:
- Ele entrou aí, daí eu e minha mãe o fechamos e deixamos.
As duas ficaram rindo um tempão. Eu fui tirei aquele pestinha da bolsa e coloquei ele no chão e fechei ele pra fora do quarto. Eu ia pra casa da Vó da Fernanda almoçar, lá ia estar à família dela inteira reunida. Fui pra cozinha e tomei um copo de toddy e fui para a sala deitar no colchão de novo, chamei o bob -cachorro de Fernanda- e ele veio correndo. Ele era um Cocker e era bagunceiro pra caramba ali fique brincando com ele e Fernanda ficava me olhando toda hora. Por aqueles momentos eu nem pensava mais naquela angustia toda que eu sentia da falta de Júlia. Aqueles momentos me faziam bem, me faziam esquecer tudo o que tava acontecendo comigo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário